Museu Imperial reabre sob nova direção
Publicado em: 23/12/2008,00:00
fonte: Jornal de Ciências nº3667, de 22 de Dezembro de 2008. Após desentendimentos internos, diretora pede exoneração Maria Elisa Alves escreve para O Globo: Depois de passar dois dias fechado, por conta da transferência de dezoito servidores, entre eles dez vigilantes, para o Palácio Rio Negro, o Museu Imperial, em Petrópolis, reabriu no sábado, 20 de dezembro, sob nova direção. Após ficar à frente da instituição por 18 anos, a diretora Maria de Lourdes Parreiras Horta deixou o cargo na sexta-feira (19), após pedir exoneração ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em mais um capítulo da briga política que tomou os corredores do antigo palácio de verão da família real brasileira. Maria de Lourdes será substituída por Maurício Ferreira Júnior, um dos servidores que pediu, no último dia 16, para sair do museu, alegando divergências com a diretora, a quem acusou, em carta ao Iphan, de autoritária. Após receber o documento, o Iphan autorizou a transferência de Maurício, que era chefe do setor de Museologia, e dos outros 17 servidores, realizada no dia seguinte, para um palácio que está fechado ao público. Isso teria, segundo Maria de Lourdes, inviabilizado o funcionamento do museu, que recebe 300 mil visitantes por ano, recorde no país. Sem dez vigilantes, justamente os que abriam e fechavam as vitrines com as jóias da família real, a diretora optou por manter as portas fechadas. A saída desses funcionários foi um complô, uma revolução liderada por esse funcionário (Maurício). Eles foram transferidos sem que eu fosse consultada. Como eu poderia manter o museu aberto sem os vigilantes internos, apenas com os externos, que são de uma empresa terceirizada? Isso foi feito para inviabilizar o funcionamento do museu e me obrigar a pedir exoneração. Mas bastava que me pedissem o cargo, que é de confiança, e eu teria me retirado disse Maria de Lourdes. Diretor do Iphan critica fechamento do Museu Segundo o diretor do departamento de Museus do Iphan, José do Nascimento Júnior, a situação no Museu Imperial estava insustentável: Como eu poderia manter 18 servidores que me pediam para sair por problemas com a direção? Eu os transferi assim que recebi o pedido. Nascimento disse que a transferência não prejudicaria o funcionamento da casa, já que o Iphan teria autorizado a direção a contratar emergencialmente mais vigilantes. Em diversas ocasiões, os servidores entraram em greve e o museu continuou funcionando com a contratação de vigilantes terceirizados afirmou. De acordo com Nascimento, em setembro foi aberto um processo administrativo para apurar supostas irregularidades na parceria entre a direção do museu e a Sociedade de Amigos do Museu Imperial. Em 2007, Maria de Lourdes descobriu que quase nove mil emails de funcionários do museu foram parar na caixa particular de um servidor. Um deles foi redirecionado a Mário de Souza Chagas, coordenador técnico do Departamento de Museus e Centros Culturais do IPHAN, subordinado a Nascimento. Até um grampo descobri no museu. Não conseguiram me tirar de forma legal e armaram um estratagema afirmou Maria de Lourdes. (O Globo, 20/12) Rita Juliano / Natália Aquino Assessoria de Comunicação LNCC Laboratório Nacional de Computação Científica 24 2233 6039 imprensa@lncc.br