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Acompanhe a 2ª parte da entrevista com o pesquisador Márcio Maia
Publicado em: 03/09/2010,00:00
Petrópolis-RJ, 03 de setembro de 2010 14h41 Leia a segunda parte da entrevista realizada com o pesquisador Márcio Maia (do Observatório Nacional-ON), autor da palestra Compreendendo o Universo Através das Galáxias, promovida dia 30 de agosto pelo Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC/MCT). Caso ainda não tenha lido a primeira parte da entrevista, clique aqui. Continuando... Como funcionam os projetos Dark Energy Survey e Sloan Digital Sky Survey? Qual a contribuição do Brasil na execução de ambos? R: O Dark Energy Survey é o principal experimento da atualidade para tratar sobre a energia escura, responsável por 70% do conteúdo do Universo. O objetivo é estudar a natureza desta energia, tentar explicar a abundância dela e a respectiva variação ao longo da história. Para atuar neste trabalho e no SDSS, há integração entre o Laboratório Nacional de Computação Científica, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e o Observatório Nacional (ON). Essas instituições estão agindo na criação de um laboratório interinstitucional, que tem a responsabilidade de prover infraestrutura para a participação brasileira tanto no DES quanto no SDSS. Em breve este laboratório deve entrar oficialmente em operação. Tal ambiente colaborativo marca uma nova forma de operação da Astronomia, que está cada vez mais apontando para experimentos muito grandes, que consomem altos volumes de investimentos e requer muitos parceiros. Na atualidade, não é só uma única instituição que se responsabiliza pela construção de um telescópio ou de um satélite, mas sim um consórcio. Definitivamente, a Astronomia do novo milênio põe fim à clássica ideia daquele astrônomo que subia a montanha. Qual é a participação especificamente do LNCC na criação e desenvolvimento do laboratório interinstitucional? R: A participação do LNCC é de fundamental relevância, investindo a excelência dos trabalhos em Computação Científica para prover infraestrutura adequada capaz de lidar, por exemplo, com o desenvolvimento de computação de alto desempenho, armazenamento e também transferência de grandes volumes de dados. São problemas computacionais bem complexos, que exigem amplo esforço de cientistas competentes como os que fazem parte do quadro de pesquisadores do LNCC. Aliás, já estamos desenvolvendo um portal para atender à seleção das informações, que serão de domínio público. A riqueza do conteúdo é tamanha, que astrônomos ligados diretamente ou não com o tema poderão usufruir deste acervo. Pomos considerar, portanto, a Astronomia brasileira como entre as mais qualificadas do mundo? R: Seguramente, seguramente. Estamos lado a lado do Harvard, Princeton, Cautec, e universidades da Europa. Estamos envolvidos com os maiores nomes e projetos referentes à área. Professor Maia, mudando um pouco de assunto, qual a expectativa de futuro profissional para a juventude interessada nesta área? R: A energia escura é dos jovens. Por que? Porque não vamos resolver imediatamente este e outros assuntos. Precisamos de cérebros envolvidos na participação de ainda mais teorias e experimentos. O nosso campo de estudo é interdisciplinar, agrega correntes bem variadas, haja vista o laboratório interdisciplinar sobre o qual comentei há pouco. A turma mais jovem e animada é muito bem-vinda para dar ainda mais dinamicidade e contribuição para as pesquisas, sejam na ciência propriamente dita ou na parte técnica. A atmosfera de trabalho é bastante vasta, e trabalho não falta, seguramente. Houve algum tópico sobre o qual o senhor gostaria de comentar, mas não abordamos na entrevista? R: Acho que não. Ao longo da conversa, nós tocamos em muitos dos estudos e assuntos mais relevantes da Astronomia e da palestra. Muito obrigado! Por: Bruno Lara. Assessoria de Eventos e Comunicação LNCC Laboratório Nacional de Computação Científica 24 2233 6039/6062/6101 imprensa@lncc.br/eventos@lncc.br